quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Módulo 3- Perfil "bom" fomador online

Com vista à construção do perfil de um bom formador online, registem, justificando a vossa escolha, no espaço destinado a cada um dos tópicos no Forum “ O Papel do Formador Online”:

1 característica pessoal que deve possuir:
Humildade para reduzir a sua intervenção enqunato professor e entregar nas mãos dos formandos a construção do conhecimento, encorajando a interacção, gerindo os conflitos e dando feedbacks periódicos.



1 competência técnica/pedagógica que deve adquirir: Gerir não só a relação com os formandos mas também apoiar a relação destes com a plataforma online.


1 estratégia pedagógica que deve privilegiar
Dadas as características do ensino online e a distância física entre Formador e Formandos, a estratégia a adoptar deve ser a de uma atitude aberta usando perguntas abertas que iniciem uma Discussão/Forum; usar os nomes dos formandos (para quebrar a distância); dar reforço e encorajar para motivar o retorno à formação (já que não há uma hora marcada para o início das sessões); manter um ambiente de aprendizagem colectiva para criar, mesmo que virtualmente, um espírito de grupo.

Módulo 2- Tema 2: Procedimentos para uma aprendizagem mais eficiente segundo Gagne

Do seu ponto de vista fará ou não sentido este sistemas de procedimentos para a tornar a formação mais eficiente?
Gostaria que efectuasse uma comparação entre o que tem sido a sua prática e experiência formativa e o modelo de Gagne de modo a identificar e descrever um pouco as semelhanças e as diferenças encontradas.

Os procedimentos enunciados por Gagne fazem todo o sentido e foi com alguma satisfação que verifiquei que já ponho alguns em prática nas minhas actividades de formação e de docência.
Quanto ao primeiro procedimento, o da Atenção, procuro ter sempre o cuidado de ilustrar os pontos mais importantes dos temas que estou a abordar. A realidade é que “uma imagem vale mais do que 1000 palavras” e muitas vezes a ilustração mediante imagens serve para clarificar e reforçar a ideia que se está a tentar transmitir.
De vez em quando, para criar momentos de pausa (nem que seja do esforço intelectual que o aluno/formando está a realizar) introduzo momentos de humor, quer através de imagens quer através de questões que lanço aos alunos/formandos.
O exemplo uso de forma contínua e procura sempre explicar na prática o que foi dito em termos conceptuais.
Quanto à definição de Objectivos (o segundo procedimento de Gagne) realizo-a logo no início da Unidade Curricular/Formação, através do Plano da Unidade Curricular/Plano da Formação. Neste apresento os objectivos gerais e específicos ao nível das competências a adquirir no final da Unidade/acção de formação.
No início de cada sessão utilizo o procedimento da Recordação (terceiro procedimento de Gagne), incentivando os alunos/formandos a recordarem o tema que foi abordado na sessão anterior e apresentando em seguida o tema a abordar na presente sessão, evidenciando a relação entre ambos os temas (caso exista).
Nas minhas apresentações de PowerPoint (é o suporte que utilizo nas minhas aulas/sessões) recorro a modelos e gráficos quando quero sistematizar a informação que acabei de transmitir e se esta for muito complexa. Por vezes, quando quero reforçar o que acabei de dizer, escrevo no quadro os vários tópicos e as relações e direcção dessas relações entre as variáveis. Este é o procedimento da Informação enunciado por Gagne.
Para Guiar a Aprendizagem (quinto procedimento) recorro ao lançamento de questões, em pontos-chave das aulas/sessões para fazer o reforço do que foi dito ou para levar os alunos/formandos até ao próximo tema.
Os exercícios práticos ou Tarefas são para mim essenciais, porque na área em que lecciono/dou formação, o Marketing e o Consumo, quase todos os temas são passíveis de serem aplicados na prática e só assim os alunos lhes dão efectivamente valor e interiorizam os conceitos apresentados. È no fundo o Aliciar à Prática (sexto procedimento).
Além disso, penso que é sempre mais apelativo para os alunos saberem que no final da sessão vai haver um espaço para trabalharem em grupo e poderem pôr em prática os temas abordados. No fundo eles assumem uma atitude activa após a sessão/aula em que estiveram de forma mais passiva a receber informação.
Procuro dar o Feed-Back (positivo) sempre que os alunos intervêm nas aulas e o mais rápido possível quando se tratar da correcção das tarefas realizadas em sessão. Quando o aluno responde menos bem procuro não apontar os defeitos, mas referir apenas o que ele disse “melhor”.
O oitavo procedimento, a Avaliação da performance, realizo-a de forma integrada, entre os vários momentos de avaliação, individual ou grupal, que apresento também logo no início da Unidade Curricular/Módulo de Formação. Utilizo a realização de Trabalhos de Grupo realizados em campo-fora das aulas/sessões, Estudos de Caso realizados em Aula e um Teste (no caso do Ensino Universitário). A participação nas Aulas é também um factor valorizado incluindo as Tarefas realizadas em aula/sessão.
Por último, para Aumentar a Retenção e a Transferência pratico apenas a correcção dos testes em aula, mediante a participação dos alunos/formandos que melhor responderam cada questão. No caso dos Trabalhos incentivo apresentação em aula/sessão, o que não só desenvolve a capacidade de falar em público e de síntese de ideias como permite aos restantes colegas tomarem conhecimento de outras perspectivas e formas de abordar o mesmo problema/tema.

Módulo 2-Tema 1- Distinguir o Conceito de Educação do Conceito de Formação Profissional.

Da sua experiência como Formando, refira uma acção de formação em que gostou particularmente de tomar parte?

Desde o dia em que li a iniciação ao módulo e vi a tarefa que tínhamos que fazer, que me tenho tentado lembrar da acção de formação de que tenha gostado mais e não tem sido fácil.

Já participei em várias acções de formação, quer no contexto da Força Aérea, na DINST e no CFMTFA, quer no contexto “civil”. Posso dizer que gostei de todas elas, umas mais outras menos naturalmente, mas o balanço foi sempre positivo.

Se por vezes a característica mais apelativa teve a ver com o conteúdo da acção de formação e refiro por exemplo a acção de formação profissional que fiz em Organização de Eventos, outras vezes o interesse da acção de formação residiu mais na forma como esta foi ministrada.

Neste aspecto o formador tem que ter um papel activo, desde o momento em que os formandos se apresentam (incentivados a tal pelo formador) até à sessão final de formação, para perceber quais os verdadeiros interesses dos seus formandos para melhor adaptar os conteúdos da acção de formação e das metodologias pedagógicas utilizadas.

Muito importantes são sempre as relações interpessoais estabelecidas, pelo que deve ser uma preocupação do formador, incentivá-las e “dar espaço” ao seu desenvolvimento.

Normalmente as acções de formação profissional são feitas num contexto extra-profissional pelo que representam sempre um esforço extra, de dispêndio de tempo e de energias pelo que se deve tentar recompensar esse esforço com alguns momentos de descontracção que permitem o tal desenvolvimento das relações interpessoais.

Assim, destaco que os dois aspectos de que mais gostei (em várias formações) foram:
- actividades que funcionam como oportunidades de desenvolvimento das relações interpessoais (jogos, role plays, desafios);
- o recurso à experiência ou conhecimento dos formandos para acrescentar mais-valias ao assunto em discussão.

Módulo 1:A Integração dos CET na FAP

Gostaria de começar a minha reflexão sobre a integração dos CET- Cursos de Especialização Tecnológica na FAP pela importância ou pertinência desta integração.

A Força Aérea tem ministrado, ao longo dos anos, através do CFMTFA e da AFA, formação aos seus militares, preparando-os para as tarefas que irão desempenhar na sua carreira militar seja ela em Regime de Contrato ou no Quadro Permanente.

Essa formação, de inegável qualidade tem sido “suficiente” para o cumprimento da missão pelo que, os mais cépticos, poderão questionar a necessidade da Certificação Profissional no contexto de formação da FAP.

Esta certificação não é mais do que um esforço de uniformizar as competências adquiridas em áreas específicas por referência a um descritivo de perfis profissionais fixados pelo Sistema Nacional de Certificação Profissional (SNCP).

Assim, dois Mecânicos com Certificação Profissional terão tido exactamente a mesma formação, independentemente do local onde obtiveram o certificado. É mais fácil perceber o que sabem e o que não sabem (podendo ser corrigidas as deficiências) de modo a tornarem-se mais competitivos no mercado de trabalho.

Esta Certificação Profissional pode ser considerada como um esforço de reorganização do Governo que visa dar maior enfâse à componente de formação tecnológica e dar uma maior abertura destes cursos, permitindo a mais jovens e adultos a sua qualificação através da sua frequência e aumentando também assim as suas possibilidades de acesso aos cursos de ensino superior via CET.

Assim, a primeira questão relaciona-se com o facto de a Força Aérea, através do CFMTFA, não poder ficar indiferente a estas alterações feitas pelo Governo que mais não fez do que reconhecer que um dos mais importantes eixos do desenvolvimento estratégico de Portugal é o seu Capital Humano. Isso mesmo é revelado pela importância atribuída pelos actuais Governos europeus e líderes empresariais a esta questão. Sem um reforço de qualificação das pessoas e dos processos a ela inerentes a convergência económica com a Europa não será viável.

Assim, a primeira Premissa desta reflexão é: “A Força Aérea, através do CFMTFA não pode deixar de adoptar um Sistema de Certificação Profissional, enquanto entidade formadora que se enquadra no universo da formação de um país que, por sua vez, se enquadra no quadro europeu de certificação profissional homogeneizada”.


Esta integração dos CET na FAP é pois necessária. E será pertinente?

Considero que mais e melhor nunca fez mal a ninguém e o mesmo se passará neste contexto particular. Será um desafio certamente mas esse possivelmente só torna mais valiosa a aprendizagem daí decorrente.

È certo que a missão de alguns dos nossos militares (um bom exemplo são de facto os TODCI/OPRDET) é pura e estritamente militar, sendo questionável de que grelhas se irá aproximar a Força Aérea na tentativa de aferir a formação que ministra nestas áreas. No entanto a maioria dos nossos militares tem um equivalente técnico civil que executa o mesmo tipo de tarefas e desempenha o mesmo tipo de funções num contexto não-militar.

Os cursos de especialização tecnológica (CET) possibilitam percursos de formação técnica especializada de alto nível em diferentes áreas, o que servirá à Força Aérea como forma de ter hoje nas suas fileiras técnicos especializados com Certificação Profissional. Amanhã esses técnicos encontrarão, caso não sejam admitidos no Quadro Permanente, uma saída profissional mais bem alicerçada já que possuem um certificado que “fala a mesma linguagem” de um certificado emitido no contexto civil.

Podemos pois confirmar a pertinência da integração dos CET na FAP pois ambas as partes ganham com essa introdução. A entidade formadora, isto é, a Força Aérea e os formandos, os seus militares que no Certificado podem encontrar uma ponte para o mercado de trabalho civil, caso não permaneçam na FAP ou um eixo de ligação ao ensino superior.
As vantagens, do tema em debate, para os formandos, remetem-nos para um outro aspecto que considero muito importante (dada a minha colocação no CRM), e que são as vantagens decorrentes para o Recrutamento. No caso do Regime de Contrato a possibilidade de “oferecer” Certificação Profissional Nível 4 seria extremamente benéfica.

Todos sabemos que, em determinadas especialidades é complicado atingir os níveis (quantitativos e qualitativos) de recrutamento que foram definidos como necessários. Os incentivos à prestação de serviço militar em Regime de Contrato encontram-se de certa forma desactualizados e são pouco apelativos para os jovens. Os níveis de remuneração são equiparados por oportunidades mais “próximas de casa” e é a formação que pode funcionar como a grande mais-valia do ingresso na Força Aérea.

A oportunidade para obter formação, para prosseguir os estudos ou inclusive a possibilidade de ingresso no ensino superior (no caso do CFP e Soldados) é o benefício de marketing no qual devemos apostar pois nele reside o “valor” da nossa Oferta. A noção de que a nossa Oferta Formativa é certificada e tem equivalência no mundo civil é naturalmente mais apelativo para os jovens que equacionam a possibilidade de se juntarem ao nosso ramo.

Esta é assim mais uma vantagem da integração dos CET- Cursos de Especialização Tecnológica na FAP que aliada à sua pertinência nos remete para a questão seguinte: Para quando?

Este vai ser o meu primeiro post...

Como sabem neste blog temos que colocar as reflexões já discutidas em módulos anteriores deste curso. Por isso cá vai...